Assembleia francesa aprova a "suspensão" da reforma das pensões

Com 255 votos a favor e 146 contra, a suspensão da reforma das pensões foi aprovada esta quarta-feira pela Assembleia francesa.

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Gonzalo Fuentes - Reuters

A Assembleia em França aprovou por larga maioria esta quarta-feira a suspensão até janeiro de 2028 da controversa reforma das pensões de 2023, emblemática do segundo mandato do presidente francês Emmanuel Macron. Dos 505 deputados votantes, só 401 se manifestaram: 255 votaram a favor e 146 votaram contra. A reforma das pensões, que prevê um aumento progressivo da idade legal da reforma de 62 e 64 anos, foi muito contestada pelos franceses antes de ser adotada à força e ter-se tornado um alvo da oposição

Mas no atual período de instabilidade política em França, a suspensão da reforma promovida por Élisabeth Borne era uma condição dos socialistas para evitar uma moção de censura ao primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu. 

Graças a um acordo celebrado entre o Partido Socialista e o primeiro-ministro, o segundo Governo Lecornu escapou a duas moções de censura a 16 de outubro, apresentada pela esquerda radical da França Insubmissa e a extrema-direita do Rassemblement National. 

A suspensão foi aprovada, com apoio maioritário dos socialistas, ecologistas e do Rassemblement National de Marine Le Pen. Mas também com a abstenção maioritária dos deputados da Renaissance. Já a França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, e os comunistas votaram contra a suspensão, por considerarem que se trata apenas de um "atraso" na aplicação desta reforma que não apoiam. "Estamos muito orgulhosos do que acabou de acontecer", reagiu Olivier Faure, secretário-geral do Partido Socialista. "Há muito tempo que lutávamos para que esta reforma fosse suspensa, ou mesmo revogada".

Apesar da aprovação da suspensão na Assembleia, ela ainda tem de percorrer um longo caminho para ser aprovada, uma vez que o projeto de lei de financiamento da Segurança Social ainda precisa de passar pelo Senado para entrar em vigor, provavelmente a partir de sábado. 

c/agências
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